O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal recebe, na quarta-feira, dia 17/11, em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – IEPHA/MG, o evento “Afromineiridades: diversidade e cultura negra em Minas Gerais”.
Minas Gerais é reconhecida pela sua pujança em relação à diversidade cultural, sobretudo no que se refere às referências culturais negras, as quais, podemos chamar de afromineiridades. Por afromineiridades pode-se entender o conjunto de referências culturais, tais como saberes, ofícios, formas de expressão, lugares, celebrações, dentre outras práticas culturais afrodiaspóricas, presentes no estado de Minas Gerais. Ou seja, as afromineiridades são as diversas manifestações culturais que receberam influência ou que se originaram da cultura africana no Brasil, desde os tempos coloniais até a atualidade,contribuindo para a conformação da identidade mineira.
Seja nos Reinados e Congados presentes em Minas Gerais, que entoam nos sons do Rosário a herança africana, seja na produção musical mineira contemporânea, como aquela cantada por Maurício Tizumba, no disco África Gerais, em 1996, a cultura afro-mineira perpassa grupos tradicionais e ressoa no design, na moda, na religiosidade, na arquitetura, dentre outros âmbitos da vida cultural no estado.
Com o objetivo de proteger e valorizar tais referências culturais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais – SECULT, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG lançou, em março de 2022 o Afromineiridades – Programa de Proteção da Cultura Afro em Minas Gerais. Uma série de eventos foram realizados com temas relativos ao tema, buscando compreender e reconhecer a complexidade das contribuições dos grupos de matriz africana no estado, entre as quais se destaca o mapeamento de Terreiros e Casas de Matriz Afrorreligiosa de Minas Gerais
Dando continuidade às ações, este ano o Dia do Patrimônio celebra o povo negro, parte fundamental da diversidade dos grupos formadores da sociedade mineira, com um grande evento que contará com mesas temáticas, rodas de conversa e apresentações culturais, que se realizará entre os dias 16 a 20 de Novembro de 2022 nos espaços culturais que compõem o Circuito Liberdade.
MESA TEMÁTICA – MUSEUS, PATRIMÔNIO CULTURAL E REPRESENTAÇÕES NEGRAS
Data: quinta-feira, 17/11
Horário: 09:30
Local: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal. Praça da Liberdade, 680 – Funcionários
Marcelo Bernardo da Cunha (UFBA). Salvador: Atual Coordenador do Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia. Graduado em Museologia (Universidade Federal da Bahia – 1992). Mestre em Ciência da Informação (Universidade Federal da Bahia – 1999). Doutor em História Social (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – 2006). Pós-Doutor em Museologia (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia – Lisboa – Portugal). Pesquisa questões relacionadas às memórias e processos patrimoniais com ênfase em temas africanos e afro-brasileiros. Tem experiência em ações museológicas, com destaque para a gestão institucional e produção e análise de exposições relacionadas ao Patrimônio Africano e Afro-Brasileiro.
Samuel Aiobamy (INSOD/ UFMG). Belo Horizonte: Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (UFMG/2018) pela linha de pesquisa Memória Social, Patrimônio e Produção do Conhecimento (PPGCI/UFMG), tendo realizado estágio doutoral no GRIPIC/CELSA Sorbonne Université (Paris 4 – França) através do Programa CAPES PRINT – Programa Institucional de Internacionalização. Possui mestrado em Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/2014); especialização em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais / Geoprocessamento (UFMG/2017); bacharelado em Ciências Econômicas pela Lagos State University (Nigéria/2006), diploma reconhecido/revalidado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/2015). É cofundador do Instituto de Inovação Social e Diversidade Cultural (INSOD) com sede em Belo Horizonte/MG/Brasil, instituição no qual é presidente e gestor de inovação. Desenvolve pesquisas relacionadas aos diagnósticos do patrimônio cultural por meio de curadorias, inventários, tombamentos, registros, planos e ações de salvaguarda, cartografia histórica e geoprocessamento.
Padre Mauro (Muquifu). Belo Horizonte: Padre Mauro Luiz da Silva: cursa doutorado e é Mestre em Ciências Sociais, tem especialização em Psicopedagogia, graduado em Teologia e Filosofia pela PUC Minas. Graduado em História e Tutela do Patrimônio Cultural, pela Universidade de Pádua/Itália. Atualmente é diretor e curador do MUQUIFU, exerce a função de Pároco da Paróquia Jesus Missionário, bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte. Tem experiência na área de Artes e Museologia Social.
Mediação: Ramon Vieira Santos (IEPHA): Assessoria de Parcerias e Programas Integrados Bacharel em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis pela Escola de Belas Artes/Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em História Contemporânea Brasileira (Estácio de Sá) e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da UNIRIO-MAST.
RODA DE CONVERSA – MULHERES NEGRAS E SABERES TRADICIONAIS
Data: quinta-feira, 17/11
Horário: 14:30
Local: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal. Praça da Liberdade, 680 – Funcionários
Emmanuel Almada (UEMG). Belo Horizonte: Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005), Mestrado em em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, também pela UFMG (2008) e Doutorado em Ambiente e Sociedade pela Universidade Estadual de Campinas (2012). Desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão junto a povos tradicionais e das periferia de áreas urbanas, especialmente carroceiros, benzedeiras, raizeiras, ciganos, povos de terreiros e povos indígenas. Professor e coordenador do Laboratório de Estudos Bioculturais, Universidade do Estado de Minas Gerais. Membro da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia, do Mutiró – Núcleo de Estudos em Agroecologia, da Articulação Metropolitana de Agricultura Urbana e da Articulação Embaúba – raizeiras, benzedeiras e parteiras da RMBH.
Ana Maria da Silva Soares (Benzedeira). Belo Horizonte. Detentora de saberes tradicionais
Aparecida Arruda – Raizeira (UFMG/Saberes Tradicionais). Esmeraldas. Detentora de saberes tradicionais
Maria José “Zezinha Xacriabá” Alves da Cruz (UFMG). São João das Missões: Professora de Uso do Território, de Práticas Culturais, , da escola Xukurank, da aldeia Barreiro Preto. Os professores de Cultura compõem uma modalidade profissional instituída nas escolas indígenas Xakriabá, a partir de 2005, e são os atores, entre os outros citados, o que nos interessa ainda mais, pela função singular e estratégica que assumem, com relação à produção e circulação da cultura.
Mediação: Ana Trindade (IEPHA): Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003). Atualmente é Técnico de Gestão Proteção e Restauro do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG. Tem experiência na área de Políticas Públicas para o Patrimônio Cultural.
DIA DO PATRIMÔNIO: AFROMINEIRIDADES – DIVERSIDADE E CULTURA NEGRA EM MINAS GERAIS
Data e horário: quinta-feira, 17/11, 09h30 e 14h30
Local: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal (Prédio Rosa, Praça da Liberdade nº680)