O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal realiza, no dia 16/02, quinta-feira, às 20h, o encontro “Antropoceno no Cinema”, com a participação de Robson Araújo, autor do livro “Antropoceno no Cinema”. O livro é um ensaio que busca discutir o que é conhecido no mundo científico como “Antropoceno”, que se refere ao período mais recente da história da Terra, as alterações geoclimáticas ocasionadas pela ação do Homem e como o cinema aborda esse tema, por meio dos “filmes catástrofes”.
O autor conduzirá uma conversa para levantar questões sobre o papel do “filme catástrofe” como um instrumento de conhecimento e como meio para mostrar, de forma representativa, as consequências de certas atividades humanas que prejudicam o meio ambiente. Além disso, ele também apresentará análises sobre as narrativas propostas nos filmes e como algumas dessas produções podem gerar consequências negativas para o espectador, uma vez que, se mal interpretadas, podem ocasionar desinformações e crenças negacionistas, impedindo ações concretas e gerando medos descabidos na população.
Assim, por meio de filmes, discussões morais e exemplos atuais, a conversa abordará a forma com que tratamos os problemas que envolvem o Antropoceno.
Robson Jorge de Araújo é natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Licenciou-se em Química, bacharelou em filosofia e fez mestrado em Filosofia e em História das Ciências (UFMG). Doutorando em Filosofia pela UFRJ, interrompeu o curso em 2019 por motivos de saúde. Pesquisa atualmente na área da Filosofia Brasileira, Filosofia no Cinema e na Literatura. No prelo quatro trabalhos: Filosofia sobre os ameríndios brasileiros, Filmosofia em Matrix, Antropoceno no cinema e Utopias e distopias no cinema.
Livro – “Antropoceno no Cinema”:
O livro do prof. Robson Araújo ressalta que o nosso planeta sempre foi inconstante, que sua biosfera se modificou pelas forças da natureza e que o homem contemporâneo, com seus instrumentos, passou a ser uma dessas forças. Somos capazes de extinguir espécies, modificar o clima e criar novos seres vivos. A esses movimentos perturbadores geofisicoquímicos no planeta, causados pelo homo sapiens, chamamos de Antropoceno. Influenciado pelo francês Élisée Reclus, o autor tenta compreender o mundo contemporâneo em que o ser humano precisa reconhecer em si a própria natureza e evitar sua autodestruição. “Ele é a natureza formando consciência de si mesma.” Para isso, o livro se volta aos filmes catástrofes, ou seja, àqueles que geralmente são alarmistas e amedrontador do nosso futuro. Sugere o autor que os filmes sejam abordados pelo viés cético — com o olhar da crítica e da suspeita. Será que gerar medo na sociedade é o melhor caminho pedagógico? Não seria melhor uma educação transformadora para entender e ensinar a cuidar da natureza?
Uma noção de solidariedade radicalmente ampliada pode ser uma fonte inestimável de inspiração e motivação para nos empenharmos juntos na gigantesca tarefa de enfrentar a crise ambiental. Vemos no cinema mundial um movimento artístico de grande alcance e nos cineastas envolvidos nessas causas bons interlocutores dessa mobilização. Esse potencial deve ser melhor explorado, segundo o professor.
Obras do autor:
Filosofia entre os ameríndios brasileiros: em meio ao plausível e ao justificável (2019)
Utopias e distopias no cinema: presente e passado (2020)
Filmosofia em The Matrix (2021)
Antropoceno no cinema (2022)
Imagem – capa do livro “Antropoceno no Museu”
ANTROPOCENO NO CINEMA
Data: 16/02, quinta-feira
Horário: 20h
Local: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
Entrada gratuita e sujeita à lotação do espaço.