A Praça da Liberdade é um lar de circuitos. O tradicional ‘Circuito Liberdade’ apresenta, em diversos espaços, uma série de centros de memória e patrimônios culturais abertos ao público. O que pouca gente nota é que estes mesmos prédios são um circuito, ou delimitam um perímetro, que liga o passado ao presente através de suas formas e expressões arquitetônicas. Hoje, 15 de dezembro, no ‘dia Nacional do Arquiteto’, o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, apresenta alguns destes icônicos monumentos.

A começar pelo Palácio da Liberdade inaugurado junto com a cidade de Belo Horizonte, em 1897, que foi construído em estilo eclético e é emoldurado por uma imponente fachada em granito. O Palácio foi pensado como símbolo da grandeza da República, recém instaurada no Brasil, e foi, durante muitos anos, o ponto central do Governo do Estado. Projetado pelo arquiteto José de Magalhães, o Palácio da Liberdade reflete a influência do estilo francês, com requintes de acabamento e riqueza de elementos decorativos.

O imponente edifício hoje ocupado pelo Centro Cultural do Banco do Brasil – CCBB, o prédio Amarelo de Luiz Signorelli, foi construído entre 1926 e 1930 e destaca-se ao expor voluptuosas colunas, que marcam os planos salientes em sua fachada e adornam a entrada do edifício. Sua arquitetura, inspirada no movimento art déco, traz ainda contribuições ecléticas e articula as principais linhas externas e internas com outras inspirações arquitetônicas e decorativas da Belle Époche.

A década de 40 é marcada pela inauguração do “Palácio Cristo Rei”, local construído para ser o domicílio do Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte. É o principal símbolo da ruptura com o estilo eclético, comum na Praça, e exagerou o uso dos conceitos art dèco que passaram a dominar a arquitetura da capital de Minas Gerais.

O prédio da Biblioteca Pública Estadual, assinado por Oscar Niemeyer, compõe-se como um estrato modernista da Praça da Liberdade, estilo que foi complementado por mais cinco edifícios construídos, em Belo Horizonte, entre a segunda metade dos anos 1950 e o final dos anos 1960, dentre eles o famoso e curvilíneo Edifício Oscar Niemeyer.

Na esquina com a avenida Bias Fortes é destaque o ‘Edifício Tancredo Neves’, inaugurado em 1985 e conhecido popularmente como ‘Rainha da Sucata’. O projeto é assinado pelos arquitetos Éolo Maya e Sylvio de Podestá e apresenta estilo pós-moderno em sua fachada, que valoriza os volumes dos prédios históricos vizinhos e revela grande variedade de formas e materiais de construção (metais, rochas ornamentais e vidraças) que imitavam os estilos arquitetônicos presentes na Praça da Liberdade.

Para fechar este circuito, damos destaque às inovações estruturais e intervenções realizadas no nosso querido ‘Prédio Rosa’, antiga sede das Secretarias do Interior e da Educação, cuja escadaria de acesso e elevadores, localizados na parte de trás, são a expressão de um dos maiores arquitetos brasileiros, Paulo Mendes da Rocha, que dá nome ao nosso terraço e por quem nosso Museu manifesta imenso carinho e gratidão.

Biografia Consultada: Nery & Baeta, 2019. Faria, et al., 2024