O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal orgulhosamente recebe, mais uma vez, o Pint Of Science Brasil, nos dias 19, 20 e 21 de maio, das 19h às 21h.
O festival Pint of Science nasceu na Inglaterra, em 2012, idealizado por cientistas pós-doutorandos que acreditavam ser necessário proporcionar discussões científicas fora do ambiente acadêmico, em locais descontraídos, como bares e restaurantes. A ideia era tornar a ciência acessível ao público de maneira leve e informal. Em 2025, o festival estará presente em 25 países e cerca de 159 cidades. O Brasil é o país com o maior número de municípios participantes.
Em Belo Horizonte, o evento se chamará “Uma Dose de Ciência, Diversidade e Inclusão” e será um momento especial para refletir e conhecer o trabalho de profissionais da pesquisa que se destacam na promoção da qualidade de vida de pessoas com deficiência, da comunidade LGBTQIAPN+ e no seu pioneirismo na ciência.
O festival acontece no Museu MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal e é promovido pelo projeto “Menos Preconceito é Mais Saúde: Divulgação Científica da Saúde da População LGBT”, da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais, com apoio da Rede Mineira de Comunicação Científica e do grupo de extensão “Mulheres na Ciência”, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
“Os cientistas, ocupados com suas pesquisas, às vezes têm pouca chance de se comunicar com o público. O festival é uma oportunidade deles deixarem de lado seus jargões técnicos, seus gráficos complicados, e jogar a real com quem tiver interesse.” – Prof. Eduardo Bessa, coordenador nacional do Pint of Science Brasil.
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PROGRAMAÇÃO
“O Outro Lado das Medalhas: A Ciência na Saúde dos Paratletas”, com Andressa da Silva de Mello e Renan Alves Resende
Data: 19/05/2025, segunda-feira
Horário: 19h
Enquanto o foco do público está voltado para o pódio, é nos bastidores que a ciência atua para manter os paratletas saudáveis e em movimento. Nossa pesquisa acompanha esses atletas ao longo de toda uma temporada, monitorando diariamente fatores como estresse, fadiga, dores musculares e qualidade do sono — elementos que influenciam diretamente o risco de lesões e afastamentos. O objetivo é claro: entender como promover o bem-estar de quem vive o esporte de alto rendimento e reforçar que cuidar do corpo também é parte essencial do jogo.
Além da apresentação de Andressa Mello e Renan Resende, o evento contará com um bate-papo especial com os paratletas Agatha Vitória Guimarães (natação), Arthur Xavier (natação) e Cristiane Alves Reis (halterofilismo).
Andressa da Silva Mello é fisioterapeuta e professora na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG. Ela coordena o Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE), além de liderar o Setor de Esporte Paralímpico no Centro de Treinamento Esportivo (CTE/UFMG) e o Centro de Referência Paralímpico Brasileiro (CTE/UFMG). É responsável pelo projeto Esporte Paralímpico de Alto Rendimento: Formação de Atletas, Capacitação de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa.
Renan Alves Resende é fisioterapeuta formado pela UFMG, é professor na mesma Escola, onde atua como pesquisador do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro (CRPB-CTE). Coordena os projetos de extensão Atuação da Fisioterapia no Centro de Referência Paralímpico Brasileiro, Avaliação Padrão-Ouro da Função Muscular para a Comunidade e Raciocínio Clínico em Fisioterapia Musculoesquelética – UFMG.
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“Sou 1A, mas não sou só!”, com Rosy Mary dos Santos Isaias
Data: 20/05/2025, terça-feira
Horário: 19h
Ciência não se faz sozinha. Rosy Mary dedica sua carreira ao estudo das interações específicas entre parasitas e plantas, com foco no desenvolvimento de galhas — estruturas complexas formadas a partir dessas relações. Sua trajetória é marcada por colaborações com pesquisadores de diferentes áreas, o que resultou na formação de um grupo de trabalho consolidado.
O objeto de sua pesquisa foi apresentado durante o mestrado, sob orientação da professora Lea Neves, no Museu Nacional da UFRJ. Na época, compreender como tecidos vegetais eram transformados por estímulos provocados por colônias de Thysanoptera representou um grande desafio. Desde então, muitos dos mistérios envolvendo esses organismos foram desvendados.
Os galhadores — organismos que se desenvolvem dentro das galhas — vivem ocultos nos tecidos das plantas, muitas vezes invisíveis aos olhos humanos. Por isso, grande parte deles ainda é desconhecida pela ciência. Essa lacuna motivou um dos principais focos de sua pesquisa: a análise da estrutura e do desenvolvimento das formas tridimensionais dessas formações.
Em meio à alta biodiversidade e à escassez de taxonomistas especializados, muitos desses organismos seguem sem descrição formal. Ainda assim, seu trabalho já rendeu descobertas importantes — duas novas espécies foram nomeadas em sua homenagem: Pallaeomystela rosaemariae e Eriogalococcus isaias.
Rosy Mary Isaias é a primeira cientista autodeclarada negra a alcançar o nível 1A do CNPq. Bióloga, mestre e doutora em Botânica, é professora titular do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal. Atua ainda no Núcleo de Diversidade, Equidade e Inclusão da Sociedade Botânica do Brasil e integra a Comissão Técnica em Educação do CRBio-04.
“Nimu Borum e a delicadeza de estudar pessoas”, com Bibi Nhatarâmiak
Data: 20/05/2025, terça-feira
Horário: 20h
Em 2004, durante uma escavação arqueológica em Diamantina, foi encontrado o corpo de uma criança indígena. A bioarqueologia tradicional aplicou os métodos convencionais e revelou alguns aspectos da vida da criança e de sua comunidade. Anos depois, esse olhar começou a mudar. Bibi Nhatarâmiak, mulher indígena do povo Borum-Kren, escolheu dedicar seu mestrado ao estudo de Nimu Borum, como passou a ser chamada a criança.
Sua pesquisa propõe uma nova abordagem para a bioarqueologia, integrando saberes indígenas ancestrais e defendendo uma prática científica que trate com respeito e cuidado as pessoas pesquisadas.
Bibi Nhatarâmiak é a primeira bioarqueóloga indígena do Brasil. Antropóloga, mestre em Arqueologia e doutoranda em Antropologia com habilitação em Arqueologia, ela integra o Comitê Mineiro de Apoio à Causa Indígena e o movimento Mulher Wayrakuna — Movimento Plurinacional de Mulheres Indígenas.
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“Dá pra falar de violência sem falar de afeto?”, com Enrico Martins Poletti Jorge
Data: 21/05/2025, quarta-feira
Horário: 19h
O Observatório de Violência LGBT+ foi uma pesquisa desenvolvida ao longo de três anos pelo Núcleo Diverso, da UFMG. Iniciado durante a pandemia, o estudo teve como objetivo compreender as dinâmicas da violência LGBTfóbica na cidade de Belo Horizonte. Ao todo, mais de 500 pessoas participaram da pesquisa, que incluiu 78 entrevistas em profundidade para mapear como essas violências se manifestam no cotidiano da população.
Enrico Martins Poletti Jorge é psicólogo e mestrando em Psicologia pela UFMG. Integra a equipe do DIVERSO UFMG — Núcleo Jurídico de Diversidade Sexual e de Gênero, que atua na articulação de ações políticas e legais no enfrentamento de violências motivadas por gênero e/ou sexualidade. Também participa da Ocupação Psi, projeto voltado ao acolhimento do sofrimento psíquico da população negra e à formação de profissionais em psicologia clínica com foco em questões raciais.
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Programação completa Pint Of Science 2025: https://pintofscience.com.br/
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PINT OF SCIENCE BRASIL 2025 – UMA DOSE DE CIÊNCIA, DIVERSIDADE E INCLUSÃO
DATA: 19 a 21/05
HORA: 19h
LOCAL: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
ENDEREÇO: Praça da Liberdade, nº 680 – Prédio Rosa – Funcionários – Belo Horizonte/MG